23 março, 2012

JORNALISMO INVESTIGATIVO



Projeto busca melhorias para o trabalho do repórter

O recém-lançado Reporter’s Lab da Universidade Duke, no estado americano da Carolina do Norte, pretende ser um centro para a criação de ferramentas que tornem o jornalismo investigativo e a cobertura voltada à administração pública mais baratos, fáceis e rápidos. Formalmente batizado de Projeto para o Avanço da Cobertura de Políticas Públicas, o laboratório é supervisionado pela jornalista Sarah Cohen, professora da Escola Sanford de Políticas Públicas de Duke e vencedora de um Prêmio Pulitzer.

“Advogados têm softwares que fazem reconhecimento de fala de depoimentos, mas nós não temos nada deste tipo que funcione com nossas anotações de entrevistas. Quando não podemos acessar registros públicos, acabamos tendo que escrever programas elaborados para conseguir dados da internet”, diz ela, explicando o motivo do projeto: repórteres deveriam ter ferramentas melhores para facilitar seu trabalho.

Jornalismo computacional

O Reporters’ Lab faz parte da iniciativa de jornalismo computacional da Universidade. O termo “jornalismo computacional”, explica a professora, refere-se ao uso e estudo da tecnologia para melhorar a produção jornalística.

Hoje em dia, espera-se que um jornalista cobrindo uma reunião em uma prefeitura, por exemplo, forneça informações rapidamente a seu público, pelo site do veículo em que trabalha, pelo Twitter, em formato de vídeo. Isso requer que ele seja organizado e faça boas anotações. O desenvolvedor Charlie Szymanski projetou uma ferramenta de anotações multifuncional chamada de Video Notebook. O software pode alinhar tuítes e gravações em vídeo, por exemplo. Quando o repórter transcreve um vídeo, o programa interrompe automaticamente a imagem quando ele digita, e recomeça quando ele termina.

Um outro projeto do Lab tem o objetivo de melhorar o reconhecimento de vozes para transcrição em gravações de áudio. Já existem softwares que funcionam ao captar uma voz em um ambiente silencioso, mas não funcionam tão bem quando se trata de uma coletiva de imprensa ou reunião, com várias pessoas falando ao mesmo tempo. A ideia aqui é fornecer – a baixo custo – transcrições de alta qualidade aos repórteres. “Registros públicos guardados em áudio e vídeo são como registros perdidos”, resume Sarah.

Parcerias

A equipe do Reporters’ Lab ainda é pequena, e a professora diz que a prioridade é conseguir fechar parcerias sempre que possível. Os projetos de software são apresentados como “desafios para desenvolvedores”, e o público é convidado a contribuir com ideias e códigos em troca de prêmios em dinheiro ou até bolsas de curta duração na Duke.

Um outro projeto – que por enquanto é apenas uma ideia – juntaria feeds de RSS e Twitter para identificar tópicos de interesse para editorias específicas. “Existem talvez de 100 a 150 fontes diferentes que você tem que monitorar diariamente para ver que notícias precisa cobrir, de agências do governo a pequenos blogs em seu bairro”, diz Sarah. “Não há uma maneira eficiente de monitorar todas as informações e agrupá-las por tópico, em vez de por fonte ou data”.

A professora diz que, apesar de serem ideias simples, ninguém parece ter se interessado em desenvolvê-las para ajudar o trabalho dos jornalistas. Os projetos do Lab não pretendem apenas produzir soluções, mas também tentar identificar quem está trabalhando em que tecnologia. Trata-se de um esforço colaborativo para ajudar os jornalistas a, em um mundo com cada vez mais distrações, focar no essencial. “O que estamos tentando é encontrar maneiras de economizar tempo da parte complicada do processo da reportagem e permitir que os repórteres voltem a campo para fazer um bom trabalho”, diz. Informações de Andrew Phelps [Nieman Journalism Lab, 5/3/12].


De:
"boletim@observatoriodaimprensa.com.br"
Para:
cidad3@yahoo.com.br

http://br.groups.yahoo.com/group/Cidad3_ImprensaLivre/message/14827

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