Homenagem ao Dia Nacional do Choro.
Em 1956, o instrumentista, sanfoneiro e arranjador Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, compôs e dedicou a Pixinguinha e seu grupo, o Pessoal da Velha Guarda, um choro que se tornaria um clássico do gênero: "Homenagem à Velha Guarda". Em 1977, receberia letra de Paulo César Pinheiro para ser gravado por Clara Nunes, sendo a faixa de abertura do disco da Guerreira naquele ano. Aqui ela canta acompanhada, entre outros, por Dino (violão de 7 cordas), Hélio Delmiro (violão), Copinha (flauta), Netinho (clarinete), Raul de Barros (trombone), Zé Menezes (bandolim) e o autor Sivuca tocando piano e acordeon, além de ser o autor do arranjo. Reparem como Clara Nunes dialoga com os instrumentos na segunda parte do choro.
Homenagem à Velha Guarda (Sivuca e Paulo César Pinheiro)
Um chorinho me traz Muitas recordações Quando o som dos regionais Invadia os salões E era sempre um clima de festa Se fazia serestas Parando nos portões Quando havia os balcões Sob a luz da Lua E a chama dos lampiões a gás Clareando os serões Sempre com gentis casais Como os anfitriões E era uma gente tão honesta Em casinhas modestas Com seus caramanchões Reunindo os chorões Era uma flauta de prata A chorar serenatas, modinhas, canções Pandeiro, um cavaquinho e dois violões Um bandolim bonito e um violão sete cordas Fazendo desenhos nos bordões Um clarinete suave E um trombone no grave a arrastar corações Piano era o do tempo do Odeon De vez em quando um sax-tenor E a abertura do fole imortal do acordeom Mas já são pra nós Meras evocações Tudo já ficou pra trás Passou nos carrilhões Quase ninguém se manifesta Pouca coisa hoje resta Lembrando os tempos bons Dessas reuniões.
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