24 abril, 2013

Datas 25 de Abril - Eventos e Feriados

25 de abril (AO 1945: 25 de Abril) é o 115.º dia do ano no calendário gregoriano (116.º em anos bissextos). Faltam 250 para acabar o ano. 25 de Abril é também a forma comum de se referir àRevolução dos Cravos.

Eventos históricos

Martin Waldseemuller
(1475-1520) - Detalhe do mapa de 1507 contendo o nome "América" pela primeira vez.
Batalha de Gibraltar
25 de Abril 1607
Batalha de Almansa
25 de Abril de 1707

Feriados e eventos cíclicos


  • Dia ANZAC (Australian and New Zealand Army Corps).


  • Revolução dos Cravos de 1974.
  • Os significados de um texto dependem  de vários fatores, variando de acordo com o tempo histórico (de sua produção e leitura), o espaço (seja o geográfico ou do suporte/da mídia em que é publicado) e o perfil do leitor (que varia conforme sua idade, gênero e bagagem cultural); em outras palavras: um texto poderá ter diferentres sentidos conforme o contexto em que é realizada a sua recepção, ou seja, a sua leitura. Ter consciência desse fato é muito importante, especialmente quando nos aproximamos da obra de Chico Buarque, cujas músicas foram, em grande medida, escritas sob encomenda (para trilhas de filmes ou peças de teatro) ou eram parte integrante de textos teatrais - como Roda Viva, Calabar, Ópera do Malandro e Gota d'água. Um exemplo: quando "Mulheres de Atenas" passou a ser ouvida nas rádios, descontextualizada da peça teatral para a qual foi escrita, muitas pessoas - especialmente feministas pouco atentas - consideraram-na, equivocadamente, uma composição machista, pois não perceberam a ironia existente nela. No caso do vídeo acima, temos um caso de interessante releitura e recontextualização da música "Fado tropical", que originalmente é a fala de um dos personagens da pela Calabar, escrita por Chico Buarque juntamente com Ruy Guerra durante o período da ditadura militar iniciada com o golpe de 1964.

    FADO TROPICAL

    Composição: Chico Buarque/ Ruy Guerra
    Oh, musa do meu fado
    Oh, minha mãe gentil
    Te deixo consternado
    No primeiro abril

    Mas não sê tão ingrata
    Não esquece quem te amou
    E em tua densa mata
    Se perdeu e se encontrou
    Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
    Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

    "Sabe, no fundo eu sou um sentimental
    Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro).
    Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
    Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

    Com avencas na caatinga
    Alecrins no canavial
    Licores na moringa
    Um vinho tropical
    E a linda mulata
    Com rendas do alentejo
    De quem numa bravata
    Arrebata um beijo
    Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
    Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

    "Meu coração tem um sereno jeito
    E as minhas mãos o golpe duro e presto
    De tal maneira que, depois de feito
    Desencontrado, eu mesmo me contesto.

    Se trago as mãos distantes do meu peito
    É que há distância entre intenção e gesto
    E se o meu coração nas mãos estreito
    Me assombra a súbita impressão de incesto.

    Quando me encontro no calor da luta
    Ostento a aguda empunhadora à proa
    Mas meu peito se desabotoa
    E se a sentença se anuncia bruta
    Mais que depressa a mão cega executa
    Pois que senão o coração perdoa".

    Guitarras e sanfonas
    Jasmins, coqueiros, fontes
    Sardinhas, mandioca
    Num suave azulejo
    E o rio Amazonas
    Que corre trás-os-montes
    E numa pororoca
    Deságua no Tejo
    Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
    Ainda vai tornar-se um império colonial
    Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
    Ainda vai tornar-se um império colonial

    No contexto original da peça, "Fado tropical" é extremamente irônica, expressando - até com certo deboche - o desejo das elites brasileiras de quererem ser "civilizadas" nos moldes europeus (ou norte-americanos, considerando-se o momento histórico em que a peça foi escrita e apresentada), assim espelhando-se na cultura do colonizador, com o qual não rompem os laços de dependência.  Na recontextualização feita por quem produziu o vídeo acima, esse significado histórico é totalmente invertido. Ao colocar imagens que nos remetem a Revolução dos Cravos, golpe que derrubou o governo fascista de Oliveira Salazar em 25 de abril de 1974, o desejo de que o Brasil torne-se, um dia, um "imenso Portugal" perde sua conotação autoritária e repressiva, sua postura subserviente ao colonialismo português (referido ao momento histórico da ação dramática) ou norte-amerticano (referido ao momento histórico da encenação da peça) e passa a ganhar uma conotação utópica e revolucionária de caráter socialista: o desejo de que o Brasil se transforme em um imenso Portugal passa a ser o desejo de que aqui ocorra, um dia, uma revolução similar, de inspiração socialista. A canção que inicialmente denuncia a barbárie da colonização portuguesa passa a ser utópica e a ironia altera-se radicalmente. Em vez do repúdio ao  imperialismo português,  passamos à admiração do seu momento heróico e revolucionário... Se num primeiro momento mirar-se em Portugal significava subserviência ao imperialismo capitalista e adesão ao autoritarismo local, no segundo momento passa a significar resistência ao autoritarismo local e ao imperialismo capitalista. Que ironia... De modelo de conservadorismo, Portugal passa a modelo de espírito revolucionário. Brilhante releitura!
    marciano lopes
    Para saber sobre a Revolução dos Cravos, clique aqui.

  • Dia de Cornos



Carteirinha de Corno


  • Dia Nacional da Bandeira.


  • Dia da Libertação — comemoração anual das organizações da Resistência Italiana para marcar a liberação da Itália no final da Segunda Guerra Mundial.


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