Manifestantes promoveram, nesta quarta-feira (17), em Teresina, um protesto pedindo a saída do pastor e deputado federal Marcos Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). O movimento “Fora Feliciano” reuniu cerca de 200 pessoas e teve concentração na Praça da Liberdade, no Centro da capital.
“O nosso principal intuito, além de pedir a saída do Feliciano, é combater a homofobia e o racismo na nossa sociedade. Ele declarou publicamente seu preconceito, mas muitas pessoas são tão preconceituosas quanto ele e não assumem”, afirma Alda Regina da Silva, do Instituto da Mulher Negra do Piauí e uma das organizadoras do ato.
Representantes de grupos feministas, estudantes, líderes de movimentos sociais e simpatizantes da causa LGBT levaram cartazes, máscaras e faixas pedindo a saída do deputado. Um grupo de estudantes utilizou máscaras da cantora Daniela Mercury, que no início de Abril assumiu uma relação com a jornalista Malu Verçosa.
 Diversos grupos ligados aos direitos humanos se juntaram em protesto (Foto: Yara Pinho/G1)
Para o estudante de publicidade Alexandre Moraes, autor da ideia de confeccionar as máscaras, a atitude da cantora foi um ato inovador e marcante para a campanha nacional Fora Feliciano. “Nada melhor do que colocar no rosto da população máscaras que simbolizam a atitude da cantora contra a discriminação”, afirma.
Ali próximo, Rafael Borges, estudante de artes plásticas da Universidade Federal do Piauí, desenhava caricaturas satirizando Marcos Feliciano e distribuia o resultado para os pessoas presentes. “Estou usando a minha arte em prol da campanha que luta pelos diretos humanos. Ninguém pode ser julgado pela opção sexual, muito menos a Comissão de Direitos Humanos pode fazer isso”, diz.
 Protesto contou com a participação de simpatizantes da causa LGBT (Foto: Yara Pinho/G1)
Após a concentração na Praça da Liberdade, os manifestantes deram início a uma passeata na Avenida Frei Serafim. Eles tomaram conta da via no sentido Centro-Leste, fato que deixou o trânsito lento durante quase uma hora.
Outros atos contra o parlamentar do PSC estão sendo planejados. Segundo Astrogildo de Mesquita Junior, da Associação Nacional dos Estudantes Livres, vários grupos estudantis estão se mobilizando para realizar um protesto em Brasília. "Grupos de todo o Brasil vão se juntar no dia 24 para um ato nacional exigindo a saída do feliciano", diz.
Polêmica
O pastor Marco Feliciano é do Partido Socialista Cristão (PSC) e é acusado de racismo e homofobia. Em 2011, publicou em seu Twitter declarações sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... etc", escreveu. Anteriormente ele havia publicado outra frase nas redes sociais: "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".
Suas declarações tiveram repercussão nacional quando o parlamentar foi apontado como o candidato favorito para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Marco Feliciano é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação penal por estelionato e um inquérito no qual foi acusado de homofobia. O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos tem sido alvo de protestos em todo o país.
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